Surgiu logo após a revolução industrial e
com a necessidade de produção em massa. Essa industrialização mudou a dinâmica
da vida nas cidades, trouxe males e preocupações que passaram a ser abordadas
nas páginas dos jornais, antes com caráter mais publicitário que informativo. Se
o cotidiano havia sido modificado, isso era preciso ser mostrado para a
população, ou seja, o jornalismo passou a ter um caráter mais educativo
informacional.
A preocupação do jornalismo popular é ser
didático e atingir desta forma o maior número possível de consumidores de
notícia. Para isso houve a necessidade de escrachar situações, medos, campanhas
em charges e fotos que beirassem o humor e a ironia, recursos que passaram a
serem recorrentes em textos, títulos com trocadilhos, traduzindo, trata-se de
uma ‘educação sensacionalista’.
O sensacional muitas vezes trás notícias
pesadas, imagens fortes, denúncias e violência. No sul do Brasil, por exemplo,
a identificação criada para quem pratica crimes hediondos é “alma seboza”, que
inclusive já rendeu um documentário homônimo.
Os programas policiais na Tv exercitam
esse jornalismo de maneira “eficiente” com apresentadores, muitas vezes
demagogos quando apelam para uma situação onde primeiro- criam uma expectativa
enorme com ‘chamadas’ apelativas no sentido de criar e manter audiência;
segundo- mostram o fato, terceiro- faz de modo superficial um discurso de
revolta e repúdio às autoridades responsáveis pelo problema abordado na
notícia, seja ele social, ambiental ou qualquer que seja (já que o programa não
pode se comprometer para não sair do ar por despertar a ira dessas mesmas
autoridades). Se a notícia for sobre um delito, um crime, o repúdio volta-se
contra quem o comete, de forma que bloqueia a discussão que poderia ser
levantada para analisar o que teria levado alguém a praticar tal ato e ao
final, o apresentador suaviza o discurso mostrando que o caminho para quem é
violento, criminoso é apenas um ou dois, como a morte ou a prisão.
De toda forma, o jornalismo popular mesmo ‘espetacularizando’
fatos pequenos para que pareçam ter uma importância maior, faz isso com alguma
técnica, até mesmo porque acredita que não só de sensacionalismo sobrevive o
jornal, o programa, a venda de espaço na grade para publicidade, é preciso ter
também credibilidade. Com isso, a manipulação e fragmentação da informação
veiculada são feita com algum rigor.