sexta-feira, julho 27, 2012

Jornalismo Popular

    Teve início no século XX, também por volta da década de 20, “sensacionalizando” o cotidiano popular e pitoresco da população, personagem principal retratado nas linhas e cadernos que chegavam a vender 120 mil exemplares/dia.


     Surgiu logo após a revolução industrial e com a necessidade de produção em massa. Essa industrialização mudou a dinâmica da vida nas cidades, trouxe males e preocupações que passaram a ser abordadas nas páginas dos jornais, antes com caráter mais publicitário que informativo. Se o cotidiano havia sido modificado, isso era preciso ser mostrado para a população, ou seja, o jornalismo passou a ter um caráter mais educativo informacional.


     A preocupação do jornalismo popular é ser didático e atingir desta forma o maior número possível de consumidores de notícia. Para isso houve a necessidade de escrachar situações, medos, campanhas em charges e fotos que beirassem o humor e a ironia, recursos que passaram a serem recorrentes em textos, títulos com trocadilhos, traduzindo, trata-se de uma ‘educação sensacionalista’.

    
     O sensacional muitas vezes trás notícias pesadas, imagens fortes, denúncias e violência. No sul do Brasil, por exemplo, a identificação criada para quem pratica crimes hediondos é “alma seboza”, que inclusive já rendeu um documentário homônimo.



     Os programas policiais na Tv exercitam esse jornalismo de maneira “eficiente” com apresentadores, muitas vezes demagogos quando apelam para uma situação onde primeiro- criam uma expectativa enorme com ‘chamadas’ apelativas no sentido de criar e manter audiência; segundo- mostram o fato, terceiro- faz de modo superficial um discurso de revolta e repúdio às autoridades responsáveis pelo problema abordado na notícia, seja ele social, ambiental ou qualquer que seja (já que o programa não pode se comprometer para não sair do ar por despertar a ira dessas mesmas autoridades). Se a notícia for sobre um delito, um crime, o repúdio volta-se contra quem o comete, de forma que bloqueia a discussão que poderia ser levantada para analisar o que teria levado alguém a praticar tal ato e ao final, o apresentador suaviza o discurso mostrando que o caminho para quem é violento, criminoso é apenas um ou dois, como a morte ou a prisão.



     De toda forma, o jornalismo popular mesmo ‘espetacularizando’ fatos pequenos para que pareçam ter uma importância maior, faz isso com alguma técnica, até mesmo porque acredita que não só de sensacionalismo sobrevive o jornal, o programa, a venda de espaço na grade para publicidade, é preciso ter também credibilidade. Com isso, a manipulação e fragmentação da informação veiculada são feita com algum rigor.

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