terça-feira, setembro 04, 2012

segunda-feira, setembro 03, 2012

THE: Candidato a vereador pode estar usando lista do DCE para divulgar agenda política


Os alunos da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) denunciam que o candidato a vereador de Teresina pelo PC do B, Cássio Borges (65123), estaria utilizando a lista de contatos do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPI para enviar sua agenda política.


Segundo os alunos, eles recebem as propagandas através de seus e-mails e celulares. A universitária de sobrenome Sousa, em conversa pelo facebook comentou o caso de seu namorado.





A propaganda recebida pelos estudantes através de seus e-mails é a que segue no ‘print’.





No último domingo (02), os alunos receberam convites para uma feijoada.




A imagem acima foi enviada pelo universitário cujo sobrenome é Carvalho, porém foi tirada do celular de sua namorada, pois a que ele recebera, já fora excluída.





A desconfiança de que o candidato em questão estaria utilizando-se da lista de contatos do DCE, órgão do qual Cássio já foi Coordenador de Formação, é porque os alunos que receberam as propagandas políticas não possuem ou mantém contato algum com ele. A seguir o universitário cujo segundo nome é Júnior corrobora positivamente.






Obs.: Pelos depoimentos

sexta-feira, julho 27, 2012

Jornalismo Popular

    Teve início no século XX, também por volta da década de 20, “sensacionalizando” o cotidiano popular e pitoresco da população, personagem principal retratado nas linhas e cadernos que chegavam a vender 120 mil exemplares/dia.


     Surgiu logo após a revolução industrial e com a necessidade de produção em massa. Essa industrialização mudou a dinâmica da vida nas cidades, trouxe males e preocupações que passaram a ser abordadas nas páginas dos jornais, antes com caráter mais publicitário que informativo. Se o cotidiano havia sido modificado, isso era preciso ser mostrado para a população, ou seja, o jornalismo passou a ter um caráter mais educativo informacional.


     A preocupação do jornalismo popular é ser didático e atingir desta forma o maior número possível de consumidores de notícia. Para isso houve a necessidade de escrachar situações, medos, campanhas em charges e fotos que beirassem o humor e a ironia, recursos que passaram a serem recorrentes em textos, títulos com trocadilhos, traduzindo, trata-se de uma ‘educação sensacionalista’.

    
     O sensacional muitas vezes trás notícias pesadas, imagens fortes, denúncias e violência. No sul do Brasil, por exemplo, a identificação criada para quem pratica crimes hediondos é “alma seboza”, que inclusive já rendeu um documentário homônimo.



     Os programas policiais na Tv exercitam esse jornalismo de maneira “eficiente” com apresentadores, muitas vezes demagogos quando apelam para uma situação onde primeiro- criam uma expectativa enorme com ‘chamadas’ apelativas no sentido de criar e manter audiência; segundo- mostram o fato, terceiro- faz de modo superficial um discurso de revolta e repúdio às autoridades responsáveis pelo problema abordado na notícia, seja ele social, ambiental ou qualquer que seja (já que o programa não pode se comprometer para não sair do ar por despertar a ira dessas mesmas autoridades). Se a notícia for sobre um delito, um crime, o repúdio volta-se contra quem o comete, de forma que bloqueia a discussão que poderia ser levantada para analisar o que teria levado alguém a praticar tal ato e ao final, o apresentador suaviza o discurso mostrando que o caminho para quem é violento, criminoso é apenas um ou dois, como a morte ou a prisão.



     De toda forma, o jornalismo popular mesmo ‘espetacularizando’ fatos pequenos para que pareçam ter uma importância maior, faz isso com alguma técnica, até mesmo porque acredita que não só de sensacionalismo sobrevive o jornal, o programa, a venda de espaço na grade para publicidade, é preciso ter também credibilidade. Com isso, a manipulação e fragmentação da informação veiculada são feita com algum rigor.

segunda-feira, julho 23, 2012

Van que faz linha Mocambinho/Alto da Ressurreição é assaltada em Teresina

Dois homens assaltaram a van na tarde do último sábado (21)


Tinha tudo para ser uma conversa normal entre cobradora e passageira, até era, porém o assunto era social demais. Ninguém soube, mas o transporte alternativo conhecido por ‘van’ ou ‘besta’ que faz percurso entre o bairro Mocambinho e o Alto da Ressurreição foi assaltado na tarde do último sábado (21), por volta das 16h.



O crime aconteceu em um ponto de ônibus da Avenida Maranhão, mais precisamente defronte ao Centro Administrativo, zona sul de Teresina. “Quando a van tava parando eu olhei pra parada e percebi logo que eram ‘malas’, porque um deles, o ‘branquin’, tem mania de pegar e descer correndo pra não pagar, então eu joguei meus dois celular pra ele (motorista), que escondeu”, contava a cobradora para a passageira enquanto eu procurava um lugar para sentar, pois havia acabado de tomar o alternativo na UESPI.



Segundo a cobradora, ela nem chegou a abrir a porta, mal a van foi parando um dos elementos, pois eram dois, meteu a mão pela janela da porta e a abriu. Os dois estavam armados com revólveres. Subiram e anunciaram o assalto, “levaram tudo, fizeram o rapa, tinha um homem que eu acho que queria reagir, mas eu olhava pra ele e fazia que não”, dizia enquanto mostrava a posição e o local em que tinha escolhido ficar dentro da van, ou seja, aquele perto da máquina de passar o cartão eletrônico.



“Eles desceram, atravessaram a avenida e já iam assaltar a van que vinha na outra mão, a sorte é que eu liguei rápido e disse: -Não para, que eles vão roubar, não para!”, relatou ao mesmo tempo em que contava sobre a demora de 40 minutos da polícia. “Pior é que todas já foram assaltadas ali, todas as outras”, dizia, referindo-se aos transportes alternativos que passam pelas proximidades do Chão de Estrelas e sede do Corpo de Bombeiros na Avenida Maranhão, que por sinal está sendo pavimentada, inclusive no turno da noite e, ainda assim a segurança que se tem é única, quer dizer, nenhuma.



Ainda de acordo com a cobradora, a van não está mais parando no Centro administrativo, “só se for pra alguém descer e olhe lá”, assegurou. Eu próprio testemunhei nessa viagem em que ouvi o relato do assalto, a van negando parada para um passageiro no ponto de ônibus depois da Agespisa. Seria necessário um guarda da Servi-San em cada alternativo agora? Ou cada cobrador(a) ter porte legal e andar armado. Grande parte dos cobradores das vans em Teresina são mulheres, mesmo sem dados digo por experiência própria, pois faço uso diário do transporte alternativo enquanto estudante universitário da UESPI, já que todas as linhas alternativas passam pela universidade em questão.

segunda-feira, julho 16, 2012

Noções básicas sobre Jornalismo Sindical


     O jornalismo sindical teve início ainda com o movimento operário europeu, ou seja, a partir da necessidade de divulgação dos encontros, atos e ideologia desse movimento. Com isso era também chamado de Jornalismo Proletário.

     Há uma produção de veículos abertos e fechados neste segmento do jornalismo. Os fechados são cartazes, boletins, newsletters, jornal-mural, outros. Já os abertos, o sindicato tem de comprar espaço em algum canal de Tv ou na grade de uma rádio para divulgar reivindicações.



     As pautas deste segmento é a cobertura de greves, passeatas, carreatas, caminhadas, demissões, negociações com o patronato e até mesmo festas dos sindicatos. Já as fontes são os próprios sindicatos na pessoa de um representante do mesmo, que pode ser o presidente do sindicato, por exemplo. Pode ser também alguém do governo, algum secretário municipal, no caso autoridades. Na greve estadual dos professores em Teresina, a classe reunia-se com o secretário de Educação Átila Lira, então era ele uma fonte oficial.

    Muitos sindicatos na era da internet fazem uso do blog como meio de divulgação de seus eventos e manifestações. O jornalista sindical geralmente é alguém envolvido com as causas do sindicato, ou seja, tem afinidade e por isso chega a ser indicado. A remuneração é boa se o sindicato for expressivo e, principalmente para o estagiário de jornalismo, que costuma receber menos da metade do piso salarial da categoria em portais, por exemplo, isso, é claro, em Teresina.

     A parcialidade é bastante pertinente e necessária no jornalismo sindical, principalmente porque se o jornalista publica uma manifestação sindical, ele tem de explicar o porquê da manifestação, quais as reivindicações do manifesto, ou seja, com isso, tem que defender através da notícia, que a manifestação é válida e o faz mostrando a necessidade da categoria assessorada, expondo suas condições de trabalho, no caso, condições ruins, já que estão lutando por melhorias.

     Conclui-se que o Jornalismo Sindical assume uma postura, a do sindicato e legitima ou tenta legitimar todas as ações do assessorado, algo que só pode ser feito através da parcialidade, direcionando pensamento e entendimento.

sexta-feira, junho 29, 2012

segunda-feira, junho 18, 2012

Shopping da Cidade-THE vende pouco no primeiro andar

Vendedores do Shopping da Cidade reclamam de baixa venda no primeiro andar


        Vendedores do Shopping da Cidade, alocados no primeiro andar, reclamam da baixa venda. O motivo apontado é de que os visitantes e compradores em suas andanças fazem as compras no térreo e chegam ao primeiro andar de sacolas cheias e bolsos vazios.
 
      O espaço que é constituído de um andar térreo e dois andares subjugados acima, possui as mesmas opções de venda no térreo e no primeiro andar. Com isso, quem visita o local, sem se dar conta, acaba olhando e adquirindo os produtos de sua preferência todos do térreo, esquecendo o andar acima e a possibilidade de que algum acessório que tenha por lá, o agrade mais que o já comprado embaixo.

        Perguntada sobre qual ponto para sua venda, a vendedora Maria de Lourdes Aguiar do Shopping preferia estar, respondeu, “na parada de ônibus, meu fi”, disse e, isso nem só pelo o fato de a venda ser baixa por estar no primeiro andar, pois esta mesma vendedora afirmou que no centro da cidade onde vendia antes, conseguia ganhar mais, “o centro que é o buraco do dinheiro, aqui não, a gente vende, mas nem se compara” falou.

        Contudo os vendedores em geral, reconhecem uma melhor comodidade que o Shopping oferece, tendo em vista as adversidades encontradas no centro como montar barraca todo dia, chuva inesperada, alugar um espaço para guardar seu material, etc. Tais preocupações deixaram de existir quando os vendedores se mudaram para o Shopping, conhecido popularmente como Shopping dos Camelôs, que oferece um espaço seguro, limpo e que vem a ser mais um ponto turístico de Teresina, “O bom daqui é o conforto que lá no centro não tem, só isso”, é o que diz a vendedora Deuselita Santos.

        Há outros motivos apontados como causa da pouca venda no primeiro andar. A mais nova das vendedoras entrevistadas disse que “há pessoas que têm medo de subir na escada rolante e por isso preferem fazer suas compras no térreo”. Outra vendedora apontou o fato de que muitas pessoas vão até o local apenas para tirar fotos, bater pernas e que na maioria das vezes quando decidem subir aos outros andares, vão direto para o setor de alimentação (que fica no último andar) com as compras já feitas.

Comunicação e a Cultura Popular

Os comentários a seguir são reflexões extraídas do livro A ESPETACULARIZAÇÃO DAS CULTURAS POPULARES OU PRODUTOS FOLKMIDIÁTICOS. (Osvaldo Trigueiro)


1-      Produtos Folkmidáticos e Conceito.

Produtos midiáticos são aqueles advindos a partir da apropriação e incorporação das manifestações culturais populares pela mídia, ou como os atuantes dessas manifestações utilizam as tecnologias novas para repensarem os seus produtos culturais. É como uma flecha de duas pontas, tanto da parte de quem produz como de quem a promove se apropriando da produção. Pode-se dizer que é a reformulação da estrutura midiática para alcançar a camada popular como a reformulação vez ou outra no conteúdo cultural para se adequar à mídia sem deixar de ser popular, nisso se dá uma cumplicidade entre as duas ferramentas de campos diferentes.

Quanto ao conceito, Osvaldo Trigueiro afirma ser recente, ainda em construção, que vem se consolidando como instrumento de observação das estratégias de produção, circulação e consumo de bens culturais folkcomunicacionais.



2-      Relação Culturas Midiáticas e Populares.

Há uma adequação por parte das culturas populares em relação à midiática que resulta em novos produtos de bens culturais de consumo. Atualmente essa mediação entre as duas culturas sofre maior influência da Televisão, que, por exemplo, pega uma estória de algum escritor pouco conhecido globalmente, exceto na sua localidade e vizinhança, onde suas estórias são conhecidas oralmente e adapta toda a criatividade literária daquele autor para o meio televisivo, tornando aquelas estórias não só mais um produto cultural, mas também de consumo. Nessa adaptação feita, agora será vendido também entretenimento, roupa, turismo(conforme o lugar em que se passa a trama), etc. A manifestação que era só de uma cidade pequena e suas vizinhanças, através da interferência, da mediação midiática, deixou de ser dos grupos multimidiáticos, empresas e seus consumidores. Um pulo do social para o econômico.



3-      Mediação Midiática influenciada pela Televisão. Apropriação.

De acordo com o autor, a sociedade humana no mundo globalizado é inserida nos processos midiáticos. Quase todos os acontecimentos da vida cotidiana podem se transformar em espetáculos midiáticos, logo porque segundo o autor, a cultura popular está sempre aberta a setores de produção cultural, a outros significados, a novas práticas sociais, aos novos sistemas de comunicação. Outro posicionamento de Osvaldo é que, “não e nova a estratégia de apropriação das tecnologias de comunicação pelos produtores de cultura popular para recolocar o local no mercado global” e cita o exemplo de Luiz Gonzaga que reinventou a música nordestina para fazer no rádio, cinema e televisão, sendo reconhecido pela intelectualidade brasileira.

quinta-feira, maio 31, 2012

Resenha Crítica: Livro A REPORTAGEM de Nilson Lage

            O livro A Reportagem (Teoria e Técnica de Entrevista e Pesquisa Jornalística) de Nilson Lage, é composto de oito capítulos e mais o Apêndice. Na obra o autor percorre várias “etapas” se assim pode se dizer do jornalismo, partindo do repórter e seguindo para a pauta, fonte, entrevistado, ética, pesquisa e etc.

 No primeiro capítulo chamado, Ser repórter, Nilson Lage começa dizendo: “para as pessoas em geral a figura humana mais característica do jornalismo e quem é mais importante na redação segundo os jornalistas é o repórter”. E prossegue explanando desde o surgimento do jornalismo no século XVII, que era essencialmente publicista.

Os primeiros jornais circularam em centros de comércio ligados à burguesia. Fazer jornal era uma atividade barata. O público leitor era restrito a funcionários públicos, comerciantes e seus auxiliares imediatos. O século XIX europeu mudou radialmente as condições em que se exercia o jornalismo. Com a Revolução Industrial, o público leitor ampliou-se rapidamente. Foi necessário mudar progressivamente o estilo das matérias que os jornais publicavam. Descobre-se a importância dos títulos, que são como anúncios do texto, e dos furos ou notícias em primeira mão. Repórteres passaram a ser bajulados, temidos e odiados. A reportagem colocou em primeiro planos novos problemas, como discernir o que é privado, de interesse individual, do que é público, de interesse coletivo; o que o Estado pode manter em sigilo e o que não pode.

A indústria dos jornais prosperou com a América. Instituíram-se os cursos superiores de jornalismo e buscaram-se, por via da pesquisa acadêmica, padrões para a apuração e o processamento de informações. Estabeleceu-se que a informação jornalística deveria reproduzir os dados obtidos com as fontes; que os testemunhos de um fato que deveriam ser confrontados uns com os outros para que se obtivesse a versão mais próxima possível da realidade. É através do jornalismo que a informação circula, transporta para uma língua comum e simplificada, a informação torna-se, portanto matéria prima fundamental e o jornalista um tradutor de discursos.

O repórter para fazer o seu trabalho tem como auxílio a pauta, que não só orienta como também facilita e agiliza na construção de uma matéria. A instituição da pauta como procedimento padronizado é relativamente recente. Antes, apenas as matérias principais ou de interesse da direção eram programadas. O principal objetivo de uma pauta é planejar a edição. O princípio é que, mesmo que não aconteça nada não previsto em determinado dia o jornal sairá no dia seguinte. Evita o consumo inútil de homens-horas em produtos que jamais serão veiculados. A pauta deve, tanto quanto possível, disponibilizar as informações que se tem previamente e indicar as fontes de pesquisa conhecidas para a preparação da matéria. Deve também avaliar o tempo necessário à apuração adequada.

As fontes de informação com que se organizam as pautas são notícias publicadas em rádio, jornal, televisão e na internet, press releasIes  e informações liberadas por fontes diversas, como assessorias de imprensa; dados que chegam ao conhecimento dos repórteres em seu trabalho rotineiro; matérias realizadas em outras praças, cartas, telefonemas e e-mails de leitores ou de qualquer outra origem.

A forma de obter as informações com a fonte é através da entrevista, que pode ser ritual (o ponto de interesse está mais centrado na exposição da voz, da figura do entrevistado, do que o que ele tem a dizer), a temática (aborda um tema), testemunhal (o relato do entrevistado sobre algo de que ele participou ou a que assistiu) e profundidade (o que interessa é a figura do entrevistado). Nilson Lage dá orientações para ajudar o jornalista na hora de fazer uma entrevista: não confiar só no equipamento, “porque equipamentos enguiçam”, por isso o jornalista deve anotar palavras chaves, indicando os principais temas na sequência que ocorreram. Fazer uma pesquisa para ter uma idéia do que vai perguntar e saber perguntar sobre a resposta.

As circunstâncias da realização de uma entrevista podem ser ocasional (não é programada), confronto (o repórter assume o papel de inquisidor), coletiva (o entrevistado é submetido a perguntas de vários repórteres, que representam diferentes veículos) e dialogal (é a entrevista por excelência). A entrevista coletiva beneficia o entrevistado, porque há limitação no bloqueio do dialogo, isto é, da pergunta construída sobre a resposta.

O jornalista deve sempre estar se orientando pela ética de sua profissão, e saber que assim como ele tem direitos como o sigilo da fonte, existe coisas que não são permitidas e devem ser respeitadas. Supostos desafios éticos fundamentam-se na tese radical de que a divulgação de um procedimento é capaz de induzir pessoas a reproduzi-lo. Por esse critério, não se divulgam suicídios, para evitar que as pessoas, por imitação, se suicidassem, nem roubos ardilosos, para impedir que o ardil fosse reproduzido. O autor deixa claro que jornalistas não podem ser éticos sozinhos se, por exemplo, as empresas e as fontes de informação não o são.

Mais adiante no livro A Reportagem, o autor entra na discussão de que os jornalistas não precisam ser “cientistas” nas editorias que “cobrem” e sim devem ter conhecimento suficiente dos assuntos da editoria a que pertencem. Como Diz Nilson Lage “um repórter de política nacional, por exemplo, não precisa ser um cientista político (e, se for, usará em seu trabalho muito pouco da ciência política que aprendeu), mas devem dispor do máximo de informações sobre a história recente, a organização do Estado e a natureza dos fatos políticos”.

Segundo o livro, o jornalista obtém uma reportagem completa através da pesquisa. “no entanto, todo repórter, confrontando-se com assessores de imprensa e entrevistados, já sentiu o desejo de ir adiante, fuçar papéis e arquivos em busca de verdade mais completa, menos tendenciosa ou mais conforme o desejo de saber do público”. A internet hoje é o meio mais utilizado pelos jornalistas como forma de pesquisa, mas um obstáculo é a confiabilidade, não se sabe se o que está na internet é verdadeiro, se resulta de um trabalho sério, de mera especulação ou fantasia. Outra forma de pesquisa é através de bancos de dados, dispositivos que permitem armazenar de maneira ordenada grande volume de informações, em forma de números, textos, fotografias, gráfico e etc. Os bancos de dados permitem ganho de tempo, qualidade das informações e consequentemente do texto.


Considerações

O livro de Nilson Lage passa pelos vários “caminhos” do jornalismo, desde o repórter até o entrevistado, que é de grande utilidade e fonte de conhecimento não só para os jornalistas, mas principalmente para os estudantes de jornalismo, porque o livro é uma espécie de conhecimentos básicos para quem ainda está ganhando informações sobre a profissão de jornalista. “O jornal é atualmente produto de primeira necessidade, sem o qual o homem moderno não consegue gerir sua vida produtiva, programar seu lazer, orientar-se no mundo e, finalmente, formular suas opiniões. É uma forma de conhecimento e um serviço público essencial. Nesse contexto, nada mais inútil do que um jornalista militante, cujo discurso se pode adivinhar antes mesmo de lê-lo ou ouvi-lo”.

Caso Fernanda Lages: nove meses de investigação

O caso da estudante encontrada morta na noite de 25 de agosto de 2011 em um prédio do Ministério Público em construção na zona leste de Teresina, já ganhou notoriedade nacional, já provocou atrito entre promotores, políticos e polícia civil e, agora chega a nove meses de investigação, detalhe: sem solução, sem a natureza da morte, sem indiciados ou possíveis suspeitos, nada praticamente.

Nove meses é o tempo exato para se gerar uma vida, porém não foi suficiente para a Polícia descobrir de fato, quem tirou uma ou se realmente a tiraram, no caso, a da universitária Fernanda Lages. A última informação que se tem sobre a morte é que "até o final do mês de maio, o corpo da Fernanda poderá retornar ao Piauí e, junto com os restos mortais virão também os relatórios periciais realizados em São Paulo e Brasília”, como bem afirmou o promotor Ubiraci Rocha e o que não aconteceu até o momento.



 Em isso acontecendo, junta-se os relatórios testemunhais com os vindos de SP e DF para dar por concluída a investigação. Ainda segundo, Ubiraci, a tese do homicídio é a mais provável. Para se chegar a tal conclusão, a Polícia Federal, atual responsável pelo inquérito, montou uma equipe com agentes de outros estados, utlizou equipamentos modernos para perícia na obra onde foi encontrado o corpo de Fernanda, coletou o DNA de seus pais e exumou o corpo da estudante.

 Dessa maneira, a sociedade piauiense, além da família Lages, espera uma solução para o caso, que repercutiu bastante também em função da possibilidade de haver personalidades sociais e até esquemas de prostituição envolvidos na morte.

sexta-feira, maio 25, 2012

Ossos do Ofício


   É notável o risco que o exercício de certas profissões apresenta: algumas em maior grau, outras nem tanto. Há no jornalismo dois riscos latentes, o de ser processado e o de morte. Jornalistas investigativos por serem mais atuantes, estão também mais susceptíveis a tais riscos.

     Desde o império tem-se notícia de jornalistas mortos, como é o caso de Líbero Badaró. Jornalistas quando são combativos, sofrem ameaça de morte, mas, acreditam que devem cumprir sua obrigação desmascarando esquemas, denunciando irregularidades institucionais ou não como Tim Lopes a nível nacional, Décio Sá, região Nordeste e Donizete Adalto no Piauí.

     O jornalista Tim Lopes foi morto ao tentar fazer imagens de um baile funk com uma micro câmera escondida, porém foi reconhecido por traficantes, teve o corpo esquartejado e queimado pelo grupo do traficante Elias Maluco. Décio Sá, conhecido por manter em seu blog denúncias envolvendo instituições e personalidades políticas no Maranhão, foi morto a tiros em um bar da Avenida Litorânea, no Maranhão. Donizete Adalto apresentava programa na Tv local e era candidato a deputado em 1998. O apresentador foi morto próximo das eleições ao voltar de um comício. Apresentador polêmico que era, sua visibilidade era creditada a denúncias e ao combate à ‘máfia’. Morto, as investigações apontaram que o possível suspeito era do mesmo partido do jornalista e que também era candidato a deputado, porém com menos intenção de votos que Donizete, conforme apontavam as pesquisas da época.





     É interessante notar que, geralmente, em casos envolvendo morte de jornalistas, a justiça nem sempre é plena, pois no caso de Tim Lopes, dos assassinos que foram presos e condenados, muitos tiveram benefícios da justiça penal como redução de pena e até liberdade condicional. No caso do jornalista Décio Sá, as investigações ainda estão em curso, então não é inteligente colocá-lo como no plano das mortes de jornalistas sem solução. Já o principal suspeito de arquitetar a morte de Donizete Adalto encontra-se em liberdade, pois seu julgamento vem sendo adiado há anos.

     Para um jornalista que passou a vida desbaratando esquemas, investigando denúncias e trazendo-as a público e pondo a própria vida bem como a de familiares também em risco, chega a ser no mínimo ultrajante que sua morte fique sem solução, sem condenação de culpados e assim sendo, o corpo que lutou em vida contra injustiças e mazelas, nem mesmo depois de morto pode alcançar o descanso dos justos, tendo em vista suas mortes saírem impunes.

quinta-feira, maio 17, 2012

A mídia que produz e interfere na produção

Programete de Comunicão Produção- Conselho Federal de Psicologia:

 

http://www.youtube.com/watch?v=m-ihC_fX6Lw


     O vídeo Programete de Comunicação, produzido pelo Conselho Federal de Psicologia, vide link: http://www.youtube.com/watch?v=m-ihC_fX6Lw, retrata a produção e a interferência que a mídia exerce na formação dos indivíduos. O vídeo mostra alguns pensadores do Conselho, jornalistas inclusive, comentando o tema.

     A mídia é o local por onde a informação circula. Na informação constam os fatos do dia a dia de cada sociedade, logo são notáveis os costumes, o pensamento (consenso) predominante, a linguagem e outros vetores que legitimam o emaranhado de pessoas de toda e qualquer comunidade.

     Em um país extenso como o Brasil, onde cada região possui suas peculiaridades, a mídia nacional tenta representar de alguma forma, ou de forma generalizada, as tradições que mais despontam.

     Desta maneira a imprensa incute várias vozes (estéticas, ideológicas, performáticas) em seu discurso, tornando o povo que dá forma ao país, um povo plural, repleto de referências. Porém o modo de absolvição, possíveis ruídos e/ou distorções podem comprometer ou não a formação pessoal de cada indivíduo.

     A mídia consegue ao mesmo tempo produzir e interferir na produção e na personalidade do sujeito. É objetivo observarmos, por exemplo, que estudos na área da Comunicação apontam que aquilo que nos causa mais interesse é absorvido com maior facilidade e, apesar de sabermos que a mídia não consegue representar integralmente toda uma nação, e seria ingênuo afirmar que sim, faz parecer que tudo o que é veiculado diz respeito à vida de todos.

     De acordo com o vídeo, a subjetividade é fruto de relações sociais, a mídia tem um interesse, então existe o que ela fala e o que ela fala nas entrelinhas. Acontece então que nas telas não aparecem pessoas dizendo “Faça isso”, ao contrário, alguém que possui certo prestígio junto a grande parcela da população aparece “fazendo isso”, ou deixando de fazer com algum motivo subliminar. Desta forma é que surgem os modismos, os produtos do momento e a vontade de reproduzir e/ou consumi-los. É desta forma que percebo a subjetividade atrelada à mídia e é desta forma que há massificação, a atomização do ser, quando deixam de observar e criar algo novo, para apenas reproduzir o que já foi reproduzido. Trata-se de uma subjetividade que existe e parou de funcionar, digamos, ou que não foi estimulada o suficiente.

     Contudo, se houver um número cada vez maior de veículos e discussões em torno das expressões particulares de cada região, a consciência e respeito à manutenção das tradições será igualmente maior. Caso haja uma coordenação uniforme da mídia, a população será cada vez mais homogênea, perdendo as experiências cultivadas há tempos e a oportunidade dessas tradições evoluírem, serem transformadas às características de cada época que surge.